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A DERIVA

A obra de Éric Collette é realmente surpreendente, sobretudo apos ele ter escolhido as palavras como matéria-prima. A sua idéia se origina no uso dos escritos de Kafka para criar obras plásticas.

 

Ele não o fez de um simples instrumento, nem mesmo o ponto de partida mas sim ao escolher com todo o cuidado como «cachos de senso». Este não é o mais evidente a primeira vista e sim a composição daquilo que parece se impor como logica numa obra de arte. Observando melhor constata-se ao quanto a escrita é primordial.

Considerando que os trabalhos podem lembrar experiencias de poesia visual, tipografia, sonora, concreta, polissêmica (etc.) que foram levadas no seculo 20 desde os futuristas, Apollinaire e os dadaístas em evidência e a distância por ele mantida o fez homenagear o autor de «o processo».

 

Acredito que para ele essa homenagem tem como representação um grande desafio na construção sobre papel.

Ele inicialmente privilegiou o contrasta preto e branco. Posteriormente acrescentou o campo dos possíveis com core e papéis coloridos. Sendo que este corpus, partindo de uma idéia de aparência simples a qual o havia conduzido a uma dança de frases sobre uma pagina, cruzando-as e as contaminando umas nas outras sobre uma área virgem, acentuando e priorizando os pensamentos particularmente pertinentes a seus olhos do autor de Praga que os fez proliferar sendo assim cada vez mais complexo.

 

No conjunto de sua obra, Éric Collette tirou o maior partido que um pintor pode extrair de um prosador rspeitando o espirito mas tambem e sobretudo tornando-se fiel, como se disse, ao pé da letra.

 

Tenho certeza que num periodo de homenagem do centrintegesimo aniversario de F.Kafka, uma obra como esta pode certamente enrequeçer novos horizontes.

 

 

Gérard-Georges Lemaire

Commandeur dans l' ordre des Arts et Lettres

 

Paris, 2014

 

 

 

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